quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Novo Projeto - Vitória da Cidade

Com aval da justiça as obras deverão ser recomeçadas em breve.
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Após 9 meses de intensos debates e mobilização séria, cívica e consistente da cidade, o movimento em defesa da preservação da Rua 5 conseguiu sensibilizar o poder publico executivo que aceitou retomar as negociações e apresentou um novo projeto atendendo as reivindicações da coletividade.

A Batalha dos Oitis consolidou-se como marco histórico da participação da sociedade e certamente também em experiência rica e positiva para o poder executivo local na busca de uma gestão democrática e participativa.

O respeito e a valorização do Compphara que finalmente aprovou o novo projeto colocam a cidade em um patamar evoluído na defesa de seus bens históricos.

A todos que direta ou indiretamente colaboraram para o resultado alcançado, apresentamos aqui nossos mais sinceros agradecimentos. MUITO OBRIGADO.

A VITÓRIA É DE TODOS. A VITÓRIA É DA CIDADE !!!

Marcelo de Carvalho Rodrigues

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

A história permanece viva nas ruas do mundo

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RUA PRESERVADA
SUL DA FRANÇA - PROVENCE
Foto MCR

A riqueza está na história, na densidade adquirida através dos tempos, nos detalhes singelos que remetem o olhar e o pensamento a uma outra realidade, que nos permite lançar sobre o cotidiano um sentido diverso que acalenta e revigora. Um sentido que vai muito além e nos atinge muito mais profundamente. Quando entendemos isto, quando percebemos estes valores, entendemos também que as idéias de "modernização" implicam na descaracterização, na perda definitiva de um bem cujo valor só deve e pode ser medido pelo coração.

Ética : Essência do Jornalismo

Em defesa da Prefeitura Municipal, da Comissão de Representantes, de uma cidade para todos.
Certamente as discussões referentes a Rua 5, mais do que atualidade já se configuram como fato incorporado à nossa história. Qualquer que seja o encaminhamento a ser determinado, seja pela justiça, seja pelo consenso ou falta do mesmo, estamos vivendo neste momento um rito de passagem no que se refere a participação cívica e à atenção ao patrimônio histórico e cultural da cidade.
A experiência destes meses de embate e discussão acalorada tem consolidado a importância da participação social firme e consciente, buscando com clareza e perseverança o alcance de propósitos objetivos, corretos e eticamente justificáveis. Aos gestores públicos a experiência não é menos significativa. Os movimentos assim tendem a superar barreiras, e mostra a história que mesmo aqueles não vitoriosos num primeiro momento se tornaram emblemáticos e determinantes na construção de um futuro melhor e mais justo.
No momento em que o Prefeito Municipal Edinho Silva, numa atitude louvável e coerente com o lema da atual administração, parece dar mostras de ter se sensibilizado com as justas reivindicações de significativa parcela da coletividade, agendando reunião solicitada pela Comissão de Representantes em 22 de junho, e através desta iniciativa direcionando sua administração para a retomada das conversações sobre o projeto para Rua 5- Voluntários da Pátria, a quem pode interessar uma imprensa que se coloca tendenciosa e mal informada, contra a cidade e as relações positivas e construtivas a serem estabelecidas entre sociedade poder publico, objetivo de todos?
Em nome da Comissão de Representantes e em defesa da retomada do diálogo sinalizada pela Prefeitura Municipal vimos neste ato repudiar matéria publicada no jornal "O Imparcial" sob a responsabilidade do redator Sr. Hamilton G. P. Mendes. A matéria em questão, objeto de manchete principal e texto completo na página 03 da edição de 04 de setembro de 2007 de "O Imparcial" começa afirmando inverdades sobre a reunião realizada na tarde do dia 03, na sede da prefeitura do município e ao, nem ao mesmo citar a presença, desmerece deliberadamente a atuação do vice-prefeito Sérgio Médici, representante do prefeito municipal, e que conduziu a reunião em legítima e legal representação do mesmo, frente a membros do poder público, da comissão, bem como da presidenta da Câmara Municipal.
A reunião transcorreu como o esperado, tendo se consolidado como uma retomada à questão dos princípios para o desejável entendimento entre sociedade e poder público, no sentido de se encontrar a solução que possa atender os interesses da cidade.
Tendo sido informado pela prefeitura municipal, através dos representantes citados no artigo, de que nenhuma das informações contidas no texto foram oferecidas pela assessoria de imprensa do poder público e, como principal interlocutor da Comissão, não tendo eu mesmo sido ouvido ou procurado em nenhum momento pelo citado redator ou outro representante do referido jornal ao longo destes meses, fica patente não só a desinformação, mas também a veiculação de informações sem respaldo da realidade, subjetivas, e portanto contrárias ao preceito básico da objetividade necessária ao jornalismo ético que a cidade merece.
Aproveitamos ainda este ato para salientar que, referente a notícias veiculadas na mídia, em nenhum momento fomos solicitados para prestar informações que pudessem dar suporte a afirmações equivocadas sistematicamente veiculadas nos programas jornalísticos da Rádio Morado do Sol, e referente as negociações atualmente retomadas também a assessoria de imprensa da Prefeitura Municipal afirma não ter emitido nenhum comunicado, que pudesse ou tivesse interesse em conflitar as partes em busca de solução.
Apresentamos finalmente a disposição sempre presente da Comissão de Representantes em disponibilzar a quem possa interessar toda e qualquer informação a respeito do movimento em defesa da preservação da Rua 5 - Voluntários da Pátria.
Marcelo de Carvalho Rodrigues - Presidente
ADA - Agência de Desenvolvimento de Araraquara
Representante do Sincomércio na Comissão de Representantes

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

Maravilhas: Conhecer e Preservar

O movimento da coletividade, representado na Ação Civil Pública e nas representações da ADA junto ao Ministério Público da cidade e a Procuradoria de Justiça do Estado de São Paulo, lamenta a falta de sensibilidade do poder público local, que resiste em considerar legítimo o pleito da cidade, deixando assim de atender as necessidades de restauro e preservação da Rua 5 - Voluntários da Pátria, de forma rápida e objetiva. Ao adotar a postura de distanciamento das reivindicações do movimento, não respondendo aos pedidos de retomada dos diálogos com o Compphara e a Comissão de Representantes, e preferindo apostar numa possível retração da coletividade motivada pelos transtornos de uma obra suspensa judicialmente, o executivo se aprofunda na contramão da esperada gestão democrática e do devido respeito a legalidade em benefício de todos. A cidade é uma soma de sua história e todas as suas presenças e forças sociais. Propor uma política justa de desenvolvimento voltada aos mais necessitados, não impõe ao executivo o distanciamento de qualquer setor ou esfera social, pelo contrário, deveria inculcar-lhe a certeza de que todos juntos podemos unidos contribuir para uma sociedade mais justa e melhor. Alcançar estes objetivos, nunca foi e não será tarefa a ser realizada com afrontamentos e na solidão dos gabinetes, mas sim, através da sinergia alcançada com a sociedade, com respeito e tolerância para congregar todas as forças.
Marcelo de Carvalho Rodrigues

A Rua 5 foi a segunda colocada nas votações pela Internet, para escolha das 7 maravilhas da cidade. Isto demonstrou o valor bem estabelecido deste patrimônio da cidade para um público particularmente adulto, com alguma bagagem de conhecimento histórico e com acesso a leitura on line da Tribuna Impressa. Já na votação geral bem mais abrangente, e que determinou as 7 maravilhas escolhidas, onde foram computados muitos votos de crianças de várias escolas de bairros distantes do centro, a Rua 5 não apareceu entre as maravilhas escolhidas, o que reforça o pensamento de que este bem histórico deve ser preservado e conhecido por toda a cidade tal qual se consolidou com patrimônio, sem correr o risco de descaracterização e perda de seus valores tradicionais, inclusive no que se refere a sua denominação, Voluntários da Pátria, justa homenagem a 30 valorosos cidadãos voluntários na Guerra do Paraguai.

Em editorial do dia 19 /08 a Tribuna reforça a necessidade de conservação e divulgação adequada de bens históricos pertencentes a toda cidade: "...a equipe da Tribuna encontrou obstáculos importantes, que foram do descaso quanto à conservação das edificações ao desconhecimento sobre o valor real das obras que contam a própria trajetória de Araraquara..."

Para o escritor Ignácio de Loyola Brandão, em texto publicado pela Tribuna Impressa, a escolha foi clara:
"Rua Cinco em primeiro lugar. Não, não é implicância com a prefeitura, é que a rua é linda mesmo, faz anos que digo isto. A Rua Cinco foi fotografada para o Caderno de Literatura Brasileira do Instituto Moreira Salles como parte de minha geografia pessoal. E olha que os Cadernos foram publicados há muito tempo."
Em outro texto, Iganácio escreveu:
"...quando se mexe com o brio, as pessoas se movem. Em Araraquara, as pessoas já estão mobilizadas pela rua 5..."

Em sua crônica na Tribuna Impressa, o emérito advogado e cronista da cidade, Dr. José Welington Pinto, escreveu no último dia 24 de agosto: "A Morada do Sol continua a ser uma bela cidade, que tem muito a comemorar aos 190 anos, mas também muita coisa a lamentar. Haja vista o que pretendem fazer com a charmosa Rua 5. Coisa de arrepiar.Fui ver a primeira quadra entre as avenidas D. Pedro II e XV de Novembro e antes não tivesse ido."

O advogado Fernando Passos, também escreveu na Tribuna:
"Peço licença para apontar as minhas escolhas: Rua Cinco, certamente em primeiro lugar."

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Pequeno para uns, enorme para nós.

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" Visão equivocada, preconceito, desprezo aos mais nobres valores democráticos e o estado de direito, patrulhamento, e dificuldade sistêmica em aceitar com a tranqüilidade necessária nossa demanda legítima em defesa de um bem histórico que pertence ao povo, a toda cidade. Nossa luta é cívica e legitima, e se, preservar um bem histórico parece motivo pequeno para uns, é preciso dizer que é enorme para nós. Só uma sociedade civil forte e participativa pode construir a cidade e o país que queremos."
Marcelo de Carvalho Rodrigues - sobre as repetitivas tentativas de alguns membros do poder público local, veículadas na mídia, em desqualificar cidadãos e entidades na defesa da Rua 5 - Voluntários da Pátria.

sábado, 4 de agosto de 2007

"...outro valor mais alto se alevanta" Camões

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A defesa de um bem e dos valores maiores
Marcelo de Carvalho Rodrigues *
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“A justa defesa da Rua 5 consolida-se também como luta defensora de bens maiores, e certamente a justiça não faltará na defesa da coletividade.”

O episódio que se desenrola na cidade referente ao projeto e obras na Rua 5 - Voluntários da Pátria, reveste-se de importância muito maior do que a princípio possa parecer e do que quer fazer crer o poder público executivo local, quando, por meio de propaganda, busca construir uma opinião pública inexistente, como se esta, mesmo que alguma houvesse presente, pudesse servir de justificativa para atos de força, contrários à lei e à prática democrática. A própria defesa manifestada pelo departamento jurídico do executivo, que ignora o mérito e se apega ao confesso prejuízo do dinheiro público para justificar pretensão de continuidade do projeto e da obra sem interesse da coletividade, por si só já demonstra o propósito distorcido e a visão equivocada.
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Obviamente que somente as questões práticas e pertinentes referentes à vontade da cidade, através de suas representações, em defender e preservar um importante bem histórico da coletividade, sem permitir que o mesmo seja descaracterizado sem qualquer interesse público legítimo e apenas e tão somente por determinação impositiva do prefeito em exercício e sua equipe, são razões de fato e mais do que justificadas para a indignação da coletividade e a busca por justiça quando o diálogo se torna impossível. A atitude de enfrentamento e desrespeito concreto ao movimento de preservação, implementada pela Prefeitura do Município de Araraquara, é ato ofensivo e danoso à prática democrática propalada, e, neste caso, negligenciada ao limite do suportável e ao limite da lei.
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Fica pois cada vez mais claro que a defesa da Rua 5 - Voluntários da Pátria, não bastasse sua enorme e correta legitimidade, por tudo que a mesma representa no desenvolvimento de nosso núcleo urbano histórico e na vida diária da cidade, reveste-se num olhar mais abrangente de valores ainda mais profundos ao consolidar-se como luta defensora dos bens maiores da justiça e da democracia do País.
Bem melhor seria para os munícipes, para cidade e sua história, o reconhecimento e a retomada do diálogo construtivo pelo Exmo Sr. Prefeito Municipal junto ao Compphara, o respeito à legislação municipal, que assim deve fazê-lo por imposição legal, e também por questões éticas e de bom senso, ao Conselho de Representantes para discussão das questões pertinentes a Rua 5, Conselho este, eleito em Reunião Pública convocada e conduzida pela Prefeitura Municipal de Araraquara e seus legítimos representantes.
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Pelos motivos todos apresentados até o presente, que se sintetizam no fato de que a Rua 5 é um importante bem histórico da cidade e com a cidade deve ser discutida, e ainda mais, certamente por tratar-se de movimento cívico emblemático, que representa o justo repúdio da sociedade a afronta da legalidade e aos anseios da pátria democrática, temos convicção de que este pleito, haverá de encontrar respaldo integral do Poder Judiciário e do Ministério Público brasileiros, e para o bem da coletividade, a conseqüente, ainda que obrigatória, revisão de postura do poder executivo local.
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* Presidente da ADA - Agência de Desenvolvimento de Araraquara, Secretário do Sincomércio e Membro do Compphara

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

A palavra do historiador.

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Trecho da entrevista com o historiador publicada no O Imparcial, 10/07/2007
O historiador Luiz Flávio de Carvalho Costa*, entre outros trabalhos, é autor do livro “A fotografia em Araraquara”, que resgata plantas cartográficas, desenhos, material gráfico e fotografias à espera de financiamento para publicação.
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Entrevistador Pergunta : Você tem conhecimento da polêmica gerada em torno da construção do “bulevar dos oitis”, na Rua Voluntários da Pátria (Rua Cinco)? Esse projeto prevê uma total alteração de calçamento e dos paralelepípedos. Qual sua opinião sobre?

Historiador Responde : Em carta enviada no início de janeiro passado ao presidente da ADA, Marcelo de Carvalho Rodrigues, escrita para me solidarizar com as preocupações da ADA em relação à intervenção na Rua 5, afirmei que as autoridades não podem dispor do patrimônio público com base no mandato que receberam. Certamente, os eleitores não deram permissão aos poderes Legislativo e Executivo de privatizarem o patrimônio público (como recentemente aconteceu com o Estádio Municipal), nem de interferirem em um dos ícones da cidade – a Rua 5 – com o risco de a descaracterizarem, sem que fossem amplamente consultados. O Estádio Municipal e a Rua 5 são fatos urbanos incorporados na paisagem de Araraquara e são mais antigos do que nossos passageiros mandatários. São monumentos que pertencem à cidade e a ela, somente a ela, cabe o direito de mantê-los ou destruí-los, e não àqueles com mandatos transitórios em decisões solitárias, afirmei naquela ocasião. Se a população da cidade tivesse se manifestado e sido ouvida, inúmeras intervenções desastrosas (derrubada do Teatro Municipal, da Igreja Matriz, asfaltamento de paralelepípedos, descaracterização do Largo da Câmara, retiradas de postes das ruas, permissão para se construírem edifícios sem recuos como no caso de algumas escolas no Centro e na esquina da Rua 3 com José Bonifácio, para citar apenas alguns exemplos) poderiam ter sido evitadas, e teríamos uma Araraquara mais bonita e um lugar melhor para se viver. O Compphara já se manifestou contra o projeto da Prefeitura, sobretudo a sua parte não integrante do atual governo municipal, que é de se esperar dessa parte integrante certo constrangimento. Gostaria de ouvir a opinião da recém lançada Associação dos Amigos do Patrimônio Histórico e Cultural do Município de Araraquara; minha expectativa é de que a Associação tenha posição firme pela preservação da Rua 5. Araraquara não pode, outra vez, perder mais uma parte de sua alma em favor dos negócios e da falsa modernidade. O prefeito Edinho corre o risco de ficar conhecido como aquele prefeito que vendeu rua, vendeu o estádio Municipal e destruiu a rua 5, um bem patrimonial que a cidade amava.
*Luiz Flávio de Carvalho Costa, é formado em Ciências Sociais pela Unesp de Araraquara, com mestrado pela Unicamp e doutorado em história pela USP, o professor e pesquisador da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro vem dedicando parte de suas pesquisas à nossa história regional.

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Rua Mágica

Momento Mágico
Sérgio Todeschini Alves - Arquiteto
Durante 15 anos Coordenador do Patrimônio Histórico do Paraná.

Conheci Araraquara, quando da festa surpresa de 60 anos do arquiteto, músico, articulista Chico Santoro.
...Lá vivi um momento mágico, ao caminhar com Silvana pela Rua 5, cheia de "Oitis" formando uma paisagem urbana rara nos dias de hoje.
A escala das edificações ainda convive em harmonia com os belos Oitis.
A relação obra do homem - obra da natureza está equilibrada nessa rua mágica.
Parabéns aos araraquarenses por este magnífico exemplo de terem conservado durante anos estas árvores de grande significado na história do Brasil.
Tínhamos razão, nós curitibanos que admirávamos os de Araraquara, o ser humano de nobres sentimentos contribue para o engrandecimento da Pátria.

Sérgio Todeschini Alves - Arquiteto
Durante 15 anos Coordenador do Patrimônio Histórico do Paraná.
Formando da Turma de 1969 do Curso de Arquitetura e Urbanismo
da Universidade Federal do Paraná.

segunda-feira, 30 de julho de 2007

Rua 5 - Entre as maravilhas da cidade

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VAMOS CONFIRMAR A RUA 5 - MARAVILHA DA CIDADE
Para comemorar o aniversário da cidade, o jornal TRIBUNA IMPRESSA está realizando a primeira eleição histórica das 7 maravilhas de Araraquara. Para participar, os leitores devem preencher suas sete opções na cédula - que será publicada diariamente - e depositar o cupom a partir de amanhã em quatro urnas, colocadas na sede da Tribuna (Av. Bento de Abreu, 929) e nos estabelecimentos dos parceiros do jornal nesta campanha - Shopping Jaraguá, Atacadão da Construção e Têxtil Abril. O voto também pode ser efetivado através do site da Tribuna na internet (http://www.tribunampressa.com.br/). O resultado será publicado dia 22 de Agosto, aniversário de Araraquara.
VAMOS CONFIRMAR A RUA 5 COMO UMA DAS 7 MARAVILHAS DA CIDADE
Participe! VOTE !!!

terça-feira, 24 de julho de 2007

As obras continuam suspensas por decisão judicial


Frases da Semana

"...porque foi decretado que o problema da Rua Cinco é proveniente da ' luta de classes' ”
José dos Reis Santos Filho ( Unesp/FCL/CAr. – Departamento de Sociologia - Núcleo de Estudos sobre Situações de violência e Políticas Alternativas - Nueva ) , em artigo publicado na Tribuna Impressa em 24/07, referindo-se a insistência da linha adotada pelo Prefeito ao tratar as reivindicações de preservação da Rua 5 - Voluntários da Pátria

“O prefeito tem que ouvir a comunidade, senão ele não consegue uma gestão tranqüila.”
Álvaro Martim Guedes ( Unesp/FCL/CAr. - Coordenador do Curso de Administração Pública ) no artigo - O prefeito que a cidade precisa - publicado na Tribuna Impressa em 22/07, referindo-se a convivência conflitante entre poder público e população, na questão do projeto e obras de Rua 5 - Voluntários da Pátria.

segunda-feira, 23 de julho de 2007

As obras continuam suspensas por decisão judicial


Continuam chegando...

Pedidos de todo o mundo...
From: Advocacia Juliano - Hugo
Sent: Monday, July 23, 2007 3:10 PM
Torre de Pisa - Itália - 657 anos de preservação
Força ao movimento. Preservação é tudo!

Contribuições literárias
DEIXEM ESTAR
Mauren Guedes Müller

Deixem estar... Não toquem em mais nada!
Não quero que se perca um só detalhe
Da cena que ficou-me, como entalhe
N’alma feliz daquela hora encantada.

Não quero ver que a rua foi mudada:
P’ra mim, cada impressão, cada detalhe
Ajuda-me, ainda que a memória falhe:
As pedras róseas, luzes, chão, calçada.

Para outros, há de ser como p’ra mim:
Cenário de magia, a vida, enfim
Fixada em pedras, árvores e cor:

Pois foi entre os oitis daquela rua,
Da Cinco, que eu e ele, à luz da lua,
Trocamos as nossas juras de amor.

Mauren Guedes Müller
Dom Pedrito/RS - Brasil, 31 anos, Escritora Amadora

sábado, 21 de julho de 2007

As obras continuam suspensas por decisão judicial


Na contramão da justiça e do bom senso
Após alguns dias realizando trabalhos na obra, quando os mesmos já estavam suspensos por decisão judicial, a Prefeitura do Município de Araraquara, publicou no site oficial, texto em forma de notícia, http://www.araraquara.sp.gov.br/pagina_indice.asp?iditem=9170 , intitulado "Bulevar dos Oitis: Reforma agrada moradores", e que vem sendo reverberado por parte da imprensa local.
A manchete "vibrante", busca passar a idéia de ampla aprovação popular ao projeto.
O texto, infelizmente mais uma vez, trata-se de matéria destinada a impor a construção de uma verdade que possa se contrapor as significativas representações da coletividade, contra o projeto que esta sendo realizado.
Numa quadra e que todo lado direito é constituído pela Praça da Independência e o lado esquerdo por quatro ou cinco imóveis, sendo em grande parte, este lado, tomado pela sede de uma comunidade religiosa da cidade, a PMA, apresenta como resultados de uma pesquisa, a opinião favorável de apenas uma moradora e, parcialmente de outra, além de criticas ao movimento de preservaçaõ, de mais um ou dois moradores, que diz a matéria, preferiram não se identificar.
Na contramão dos necessários entendimentos para preservação da Rua 5, a assessoria de imprensa da Prefeitura Municipal, distribui notícia que confunde, desinforma, e afronta novamente as dezenas de manifestações da coletividade, desmerecendo o Compphara e a Comissão de Representantes.

sexta-feira, 20 de julho de 2007

As obras continuam suspensas por decisão judicial


Cada um em seu posto
Publicado na Tribuna Impressa em 19 de julho de 2007
Marta Fernandes de Sousa Costa*

Parece, às vezes, que a luta é inglória. Reagir é dar murro em paredes de cimento e isso só fere as mãos, todos sabemos. Reagir pode desencadear ações violentas, ocasionar mal-estar e castigos, como ocorria na infância, quando alguns batiam portas, em protesto, e logo eram conduzidos ao cantinho, para pensarem melhor. Reagir é perigoso, fomos levados a concluir, e por isso nos encolhemos, covardes e omissos. São tantos os escândalos e desmandos noticiados pelos jornais, fora aqueles que nem chegam ao nosso conhecimento, abafados pelo corporativismo ou pelo medo de expor as próprias culpas. Senadores confessam terem todos “o rabo preso” e a declaração nos deixa perplexos. A violência explode, ônibus são metralhados, inocentes exterminados por motivos absurdos, bebês e crianças arrastados na onda de ódio que domina o Brasil. Prostitutas, índios, negros e homossexuais podem ter encontro marcado com a tragédia, numa saída à rua. Empregadas domésticas, agora se sabe, também precisam tomar cuidado. Vale muito pouco a vida alheia.Na verdade, vivemos todos cheios de cuidados, sem saber o que há atrás de cada esquina. Há perigo em usar o celular, calçar o tênis Nike, vestir a jaqueta Mormaii. Perigo em sair à rua, estacionar o automóvel, esperar no semáforo, abrir o portão da garagem. A vontade é ficar quieto, ignorar, mudar de país, pra fingir que nada disso é conosco. Só que não dá mais para fugir, nem pra ignorar. A hora é de assumir, enfrentar, encarar. Quando recuamos, avançam os que nos são contrários, cheios de razão, porque quem não defende suas crenças não merece preservá-las.Chega de ficarmos inertes, acompanhando a sucessão de escândalos. E não venham pôr a culpa na miséria, acusar as desigualdades sociais, porque, se as causas fossem apenas essas, não haveria criminosos e trambiqueiros nos altos escalões governamentais, nem nas altas rodas sociais.E se fóssemos contar, uma por uma, as pessoas idôneas, corretas, preocupadas com o próximo, e em outra lista colocássemos os corruptos, maledicentes, violentos, criminosos, teríamos a surpresa de descobrir que é bem maior o número dos primeiros. Só que agem sem alarde, não ocupam manchetes dos jornais, pois a seriedade e os bons propósitos não costumam despertar tanto interesse como a descoberta de falcatruas, a violência explícita, a sem-vergonhice escancarada.Nesse caso, precisamos nos unir e cerrar fileiras na defesa dos nossos princípios. Precisamos aprender a reivindicar, externar o nosso desconforto, exigir que nos ouçam, fazer coro com os que dizem o que não tivemos coragem de falar. Cada um em seu posto - nas casas, escritórios, oficinas e universidades - estejamos todos em estado de alerta, prontos a defender tudo em que acreditamos. E se somos tantos os descontentes, cansados de engolir sapos e iniqüidades, empurrados goela abaixo, como coisa normal, então a reação não é tolice, nem a luta inglória.

Marta Sousa Costa Marta é colaboradora e colunista de diversos jornais e sites em diferentes estados brasileiros.

quarta-feira, 11 de julho de 2007

JUSTIÇA SUSPENDE AS OBRAS DA RUA 5

Nós confiamos na Justiça
Araraquara, 11 de julho de 2007

O Tribunal de Justiça de São Paulo concedeu liminar em recurso de agravo interposto pela ADA (Agência de Desenvolvimento de Araraquara) em Ação Civil Pública, para que o Município de Araraquara suspenda de imediato as obras do projeto "Bulevar dos Oitis", na Rua 5 - Voluntários da Pátria.

Após análise do pedido de liminar no agravo apresentado pela ADA ao Tribunal de Justiça de São Paulo, o Tribunal entendeu que "o prosseguimento das obras poderá conduzir a situação de dano irreversível, com possível prejuízo à comunidade...". Neste sentido, determinou a suspensão das obras até o julgamento final do recurso interposto pela ADA.

A Ação Civil Pública impetrada pela ADA, não pretende o impedimento total e definitivo das obras da Rua 5 - Voluntários da Pátria, mas sim que estas sejam realizadas em conformidade com a lei, e preservem o patrimônio histórico de Araraquara, sem promover a descaracterização da Rua 5 - Voluntários da Pátria, conforme aspectos considerados na relatoria técnica apresentada pelo Compphara.

A medida atende também, de imediato, o pleito já apresentado ao Ministério Público, da Comissão de Representantes da Sociedade, eleita para discutir o projeto com a Prefeitura do Município, em Reunião Pública convocada e conduzida pela Prefeitura Municipal, e que a partir de determinado momento passou a ser ignorada pelo Poder Executivo local.

A ADA - Agência de Desenvolvimento de Araraquara, repercutindo a expressiva representação da sociedade, configurada nestas duas instituições, Compphara e Comissão de Representantes, bem como nas mais diversas e inúmeras manifestações de munícipes e entidades ocorridas nos últimos meses, seguirá buscando em todas as instâncias legais a preservação sem descaracterização da Rua 5 - Voluntários da Pátria.

Marcelo de Carvalho Rodrigues - Presidente
ADA - Agência de Desenvolvimento de Araraquara

terça-feira, 10 de julho de 2007

"Se as coisas são inatingíveis...ora! Não é motivo para não querê-las... Que tristes seriam os caminhos, se não fora a presença distante das estrelas!" - Mário Quintana

"...Na batalha dos argumentos, a Prefeitura sai perdendo..."

Na discussão sobre a Rua Cinco, desprezo ao bom-senso
EDITORIAL - Tribuna Impresa - 27 de maio de 2007

A inesgotável discussão sobre a reforma na Rua Cinco (Voluntários da Pátria) chegou na semana passada a seu ponto mais crítico e, ao mesmo tempo, mais desprovido de bom-senso. Diante do início efetivo das obras, determinado pela Prefeitura, grupos de moradores e entidades civis que não concordam com parte do projeto programaram vigílias diárias nos locais onde já havia atividades e se propuseram a impedir a seqüência dos trabalhos. Do outro lado, a Administração municipal não abriu mão de suas intenções e foi buscar apoio da Guarda Municipal para garantir a ação dos operários, como se dissesse ‘vamos ver quem manda nesta cidade’. Resultado: um dos locais mais marcantes e agradáveis de Araraquara foi palco de um desnecessário embate.
O debate acirrado sobre o projeto do ‘Bulevar dos Oitis’ vem desde meados do ano passado e teve ao menos dois momentos de clímax. O primeiro, em novembro, quando se discutiu a efetiva necessidade de uma obra definida como ‘de revitalização’, com investimento de mais de R$ 800 mil, sendo R$ 180 mil de recursos dos cofres da Prefeitura, em um local tradicionalmente muito freqüentado e tido já como cartão postal da cidade. Era preciso analisar o projeto e o investimento diante de outras necessidades vitais da cidade, especialmente nas áreas de saúde e infra-estrutura. Ou seja, o projeto não era prioritário.
O segundo momento, no início deste ano, marcou a reação efetiva da opinião pública e de setores organizados contra a forma utilizada pela Prefeitura ao aprovar a polêmica revitalização: uma passagem rápida do projeto pela Câmara, seguida da licitação a toque de caixa para a contratação da empresa responsável e a divulgação do cronograma da obra. Pressionada pela reação popular, a Administração reconheceu que era preciso ouvir os representantes dos principais afetados pelo projeto do Bulevar dos Oitis: os moradores da região da Rua Cinco. Assistidos por especialistas em patrimônio público, por arquitetos, alguns políticos e, principalmente, por suas próprias convicções, muitos moradores não aprovaram a obra e algumas modificações radicais que estavam previstas, como a redução do leito carroçável e a montagem de bancos de alvenaria e floreiras nas calçadas.Depois de algumas tensas reuniões, impasses e manifestações de todos os setores – inclusive por meio de inúmeros artigos nas páginas desta Tribuna -, aparentemente havia se chegado a um consenso do que deveria ou não ser feito. Há quase dois meses, o assunto esmoreceu, até que o Conselho Pró Patrimônio Histórico (Compphara) denunciasse, há dez dias, que o projeto seria colocado em prática apesar de sua reprovação. O movimento de resistência recomeçou, com força ainda maior, desembocando nas cenas dos últimos dias.Na batalha dos argumentos, a Prefeitura sai perdendo. Ao definir o movimento de resistência como uma ação política, a Administração municipal menospreza a vontade dos moradores e dos cidadãos e reduz tudo a uma simples disputa pelo poder. O argumento político, aliás, sempre é usado nas horas complicadas. Ora, políticos em temas de fácil apelo popular haverá sempre, sejam eles defensores dos direitos do cidadão ou inveterados oportunistas. Além disso, o cidadão tem capacidade - e direito - de se organizar, sem precisar que alguém lhe diga o que é preciso fazer. O que interessa, então? E o fato em si? E a discussão sobre a redução do leito carroçável da Rua Cinco? Não há solução para esse pequeno detalhe? E a capacidade de entendimento que se pressupõe existir em uma sociedade civilizada? Ou tudo vai se resumir a um lamentável ‘vamos ver quem manda aqui’?Neste momento, a busca pelo bom-senso e por medidas objetivas e aceitáveis para ambos lados deveria pautar as discussões – até para que não se repitam as cenas dos últimos dias, com exageros de parte a parte. Algo que poderia ser bom para todos não tem por que se tornar um autêntico pesadelo. Coisa que, definitivamente, a população desta cidade não merece

segunda-feira, 9 de julho de 2007


Foto: Luiz Flávio de Carvalho Costa
O desprezo pelo sentimento de uma cidade
TRIBUNA IMPRESSA - 25 de maio de 2007
* Luiz Flávio de Carvalho Costa

"Não somente as pessoas têm sentimento, uma cidade pode tê-lo, quero dizer, um sentimento coletivo. Não encontro uma única pessoa que não lamente a demolição do Teatro Municipal. Causa espanto e tristeza esse novo crime contra Araraquara: a descaracterização da Rua 5. Como pode um pequeno grupo destruir o que nós temos de melhor em nossa tradição urbana? Como pode um prefeito surdo com seus auxiliares dóceis passar por cima do sentimento de uma cidade? Essa insensatez vai custar caro à cidade, mas também à biografia desses irresponsáveis.
Temos ainda esperança de reverter essa desastrada intervenção.
O Compphara e a ADA não podem ficar sozinhos. Espero, talvez ingenuamente, uma posição da Associação dos Amigos do Patrimônio Histórico e Cultural do Município de Araraquara. Nossos mais atuantes arquitetos e urbanistas haverão de se manifestar, assim como nossos vereadores, comerciantes, jornalistas, moradores mais atentos aos valores materiais e imateriais da cidade. Infelizmente os estudantes ainda não se sensibilizaram diante de tão grave atentado a um dos mais caros patrimônios de Araraquara – eles poderiam ser uma força formidável contra essa estupidez. Já morremos um pouco com a destruição da Igreja Matriz, com a demolição do Teatro Municipal, com a diminuição dos passeios e o asfaltamento dos paralelepípedos, com as permissões para a construção de edifícios sem recuos, com a destruição das fachadas da Rua 2, com a perda da beleza, carga histórica e funcionalidade do Largo da Câmara. É assim que a alma de uma cidade se esvai.
A descaracterização da Rua 5 será mais um golpe duro em nossa identidade.
Melhor faria o prefeito se usasse esses recursos para recuperar a Praça da Igreja Matriz, ou mesmo simplesmente para fazer a manutenção ( nivelar os paralelepípedos, reformar o calçamento dos passeios, remover o asfalto do cruzamento, substituir os oitis doentes e embutir a fiação elétrica, nada mais do que isso ) dessa rua que é a mais emblemática de Araraquara.
Além do mais, Bulevar dos Oitis é ridículo, eu quero a nossa Rua 5. "

* Luiz Flávio de Carvalho Costa
Prof. Dr. UFRRJ - Historiador da Cidade
Mestre em Ciências Sociais pela Unicamp (1976).
Doutor em História Econômica pela USP (1991).Palestrante Convidado no último mês, para o ato de lançamento da Associação dos Amigos do Patrimônio Histórico e Cultural do Município de Araraquara.

...uma cidade de cimento e tijolos, mas sem alma

Mensagens Recebidas

From: polivon@yahoo.fr - July 09, 2007 7:25 PM
To: France-Bresil
Eu que moro longe ( Paris França ) estou ao seu lado para todo tipo de preservaçao de cidade , de historia de cidades , para sempre manter a memoria de um lugar , de um pais .
Espero que a prefeitura nao vai fazer como fizeram por exemplo na Cicade Maravilhosa...
...Tantos protestos , fizeram que pararam a destruiçao !!!
...A luta continua , espero que a prefeitura da sua cidade , nao vai destruir o que sobra da parte historica , as fotos sao tao lindas ..... Abraços e coragem !!
Polivon

From: "zeito52" - July 09, 2007 8:39 AM
To: ada@techs.com.br - Subject: Rua 5 - Voluntários da Pátria de Araraquara
Manifestamos nossa plena concordância em defesa da preservação e restauração da Rua 5 - Voluntários da Pátria,de Araraquara-SP, sem descaracterizá-la
Blog - A rua 5 é da cidade de Araraquara!!!!!!
J. Elidney Pinto Júnior

From: Luiz Braz Mazzafera - 08 Jul 2007 16:21:57
To: ada@techs.com.br - Subject: Rua 5
Fui morador da Rua Voluntários da Pátria, a Rua 5, número 739.
Descaracterizar partes de uma cidade é destruir parte de sua história, de sua cultura.
A essência, o imo, de uma cidade é também sua arquitetura, seu urbanismo e o fruto do trabalho de sua gente. Descaracteriza-la, mesmo que parcialmente, é desrespeitar seus desbravadores, é legar aos nossos descendentes uma cidade de cimento e tijolos, mas sem alma. Basta-nos o assassinato de nosso teatro muncipal.
Luiz Braz Mazzafera - Marília



From: "Karol Borba" - 05 Jul 2007 19:11:03 -0300
To: ada@techs.com.br - Subject: Depoimento para o Blog A Rua 5 é da Cidade

Como cidadã brasileira já vi muitos lugares sendo reformados. Com essas reformas muitas histórias se perderam. Muitas memórias se espalharam empedaços que nunca irão se juntar.
A modernização é bem vinda quando vem para beneficiar, melhorar e estimular a vida das pessoas. Mas estamos falando da Rua 5 que precisa ser restaurada e preservada como o patrimônio histórico que sempre foi. Mudança sempre foi um sinônimo de boas coisas, e queremos continuar acreditando que quando falarmos em mudança será algo positivo para a vida dos moradores.Em Belo Horizonte temos passado por construções e modernizações diversasem lugares realmente necessitados. Mas no caso da Rua 5, ouvimos opedido dos beneficiários com uma visão diferente do que seria melhor paraessa rua. Não custa nada considerar esse movimento acreditando que as boas coisas permanecem e as memórias podem se distorcer na mente humana,porém ela merece o respeito de estar ao alcance de todos nós.
Karolina Borba - BH - Minas Gerais

quinta-feira, 5 de julho de 2007

"Canta a tua aldeia e serás universal"

From: "FARIA JR." - 05 Jul 2007 13:15:15
To: ada@techs.com.br - Subject : Blog - A Rua Cinco é da cidade

Tolstoi tinha razão

Sou paulistano e meu habitat é esta Paulicéia sem eira nem beira. Vez por outra, a trabalho, já passei por muitos lugares deste Brasil continente e, especialmente, por diversas cidades do estado de São Paulo; dentre elas, Araraquara. Confesso que nunca pus os pés no perímetro urbano da cidade. Meus compromissos tangenciaram os limites do município mas não me levaram a tomar contato com a vida, o povo e o cotidiano Araraquarense.

Hoje, à distância, tomo conhecimento de um projeto do governo local para "reurbanizar" a Rua Voluntários da Pátria conhecida, por tradição, como Rua Cinco e que, em seus primórdios nasceu Rua Alegre. Também me chegam notícias do clamor popular pela preservação da Rua Cinco, posto que, ao que tudo indica, o projeto em questão, muito mais que qualificar o sítio como um Boulevard, mas parece que irá descaracterizá-la. Pelo teor dos reclamos há evidências que o intento do governo local não se sensibiliza pelos apelos da população. Contradição típica de um país onde os que se instalam no poder presumem plenipotência para satisfazer seus próprios interesses e não os da comunidade a quem deveriam servir.

Caso esta minha manifestação encontre alguém que a perceba, talvez surja um questionamento sobre o que um paulistano que jamais pisou em Araraquara tem a ver com os destinos de uma rua que, até poucos dias, sequer sabia existir. Digo eu, sem titubear que, por certo, a Rua Cinco não é trajeto que passe por meu cotidiano. Contudo, aqueles que por ela passam, que perto dela vivem merecem toda minha solidariedade.

Vivo numa metrópole que, em nome do progresso, traçou seu curso de crescimento atropelando toda e qualquer consciência quanto à natureza, a memória e a cultura. Assim, fez-se pujante. Hoje, porém, paga um alto preço por isso e tenta, por todos os meios, recuperar aquilo que foi desprezado em sua sanha de constantemente se modernizar. A bem da verdade, demorou até demais para que se percebesse que pouca coisa é mais moderna quanto valorizar a natureza, preservar a memória e fomentar a cultura.

Absurdo é que o exemplo das metrópoles insensíveis que existem pelo mundo afora - como esta em que vivo - não sirva de alerta para outras paragens onde os mesmos erros se repetem. Não consigo compreender porque é tão difícil que se entenda que, por exemplo, preservar a Rua Cinco, é sinal de humanidade, de respeito e consideração pelas pessoas, muito mais do que pela estética urbanística ou pela memória cultural.

Tolstoi já disse: "Canta a tua aldeia e serás universal". Não me envergonho de parafraseá-lo: "Luta pela preservação da Rua Cinco e salvarás teu universo". Preservar a Rua Cinco, portanto, atinge diretamente a mim, porque sou humano e me toca qualquer agressão que coloque em risco o bem estar de meus irmãos.

Obed de FARIA Jr.

A capacidade de descontruir o passado

Rua 5 - Voluntários da Pátria, faz parte da formação do núcleo histórico da cidade.
O primeiro mapa, de 1877, quando a Rua Alegre aparece, depois R. 5 (quando chegou o trem...), depois Voluntários da Pátria em homenagem a 30 araraquarenses voluntários na Guerra do Paraguai em 1865.
A Rua 5 nasceu há mais de 130 anos com o nome de Rua Alegre, e corre o risco de se tranformar na Rua Que Chora sua descaracterização. Apesar da Rua 5 da forma como se apresenta hoje ter quase 100 anos, desde que começou a ser reformulado o urbanismo local em 1908 ( os Oitis chegaram em 1911 ), ela data de mais de 130 anos como uma das ruas do início da formação da cidade.

Mudar-lhe o nome para bulevar, através da insistente divulgação e denominção de projeto e obras não aprovados pelo povo, tem nítida capacidade de descontruir um passado de importância histórica para cidade.

Poetas Cantam a Rua 5

Rua Cinco
*Prof. Dr. José Antonio de Campos Machado
Araraquara, SP, Brasil - Poeta e Cantor Barítono

Rua Cinco de minhas alegrias,
De meus amores,
De minhas fantasias.
Do Coral do Lysanias,
Onde, menino ainda,
Entre senhoras e senhores,
Timidamente começando,
Aprendendo e já cantando,
E com eles descobrindo,
- Eta grupo singular!
O prazer de lá estar,
E, após vocalizar,
O encanto de cantar.
A alegria, a satisfação,
A honra e a emoção,
- E o temor!
Ao receber, do querido Professor,
O convite pra solar
- E o medo de falhar!
Rua Cinco de minhas alegrias,
De meus amores,
De minha namorada,
De minhas flores,
A mim ofertadas,
Por minha amada,
Que se fez consorte
- Pra minha sorte!
Rua Cinco de minhas alegrias,
De meus amores,
De minha poesia,
Do pintor Ernesto Lia
- Poeta dos pincéis!
De além mar trazendo,
E à nossa terra oferecendo,
Prestígio, títulos, lauréis,
Em prosa e verso cantado,
Nosso artista consagrado.

Rua Cinco de minhas alegrias,
De meus amores,
De minhas lembranças.
Da Santa Casa de Misericórdia
- Onde nasceram minhas crianças!
Da amiga vizinhança,
Onde reinava sempre a concórdia.
Rua Cinco de minhas alegrias,
De meus amores,
De minhas incoerências.
Do rígido e tradicional Externato
- Das freiras o Coleginho!
Priorizando educação, arte, cultura,
Poucos metros distando,
Do famoso e ruidoso Bar do Zinho,
- Paradoxalmente também apregoando:
“Freqüente bar. Bar é cultura”.
Enfim, Baco e Piaget acontecendo,
Assim, ao mesmo tempo,
Diferentemente vão levando,
- Democraticamente convivendo.
Rua Cinco de minhas alegrias,
De meus amores,
De minhas amizades e nostalgias.
Da casa do Graciano
Com seu piramidal telhado,
- Nada provinciano!
Em ardósia escamado,
Que alegrava meu cotidiano.
Do SCVA e da Funerária Almeida
Da casa Paroquial e do Cartório do Moda
- Hoje não mais em voga!
Da doceira famosa
- Dona Viga saudosa,
E da madrinha Vani
- Costureira da alta moda.

Da Construtora Torello
E do nobre sócio Dinucci,
- Renato batizado,
Amigo dileto
- De todos estimado,
E meu melômano predileto.
Rua Cinco de minhas alegrias,
De meus amores,
De minha sensibilidade.
Do conservatório Musical
Maestro José Tescari,
Criatura excepcional
(Na mesma esquina, em frente,
Confluência da Portugal),
Grande regente,
Compositor genial
Do meu personagem Abraão,
Sua ópera de então.
Rua Cinco de minhas alegrias,
De meus amores,
De minha tristeza.
Ao ver aquela, hoje instalada,
Na Seis, bem estruturada,
E este – que pecado!
Desativado...abandonado!
Em tudo diferente
- Da Casa do Médico
À sua frente,
Atuante...resplendente!
Rua Cinco de minhas alegrias,
De meus amores,
De meus precantos?
Do Jardim Público
Dos Santos dos Últimos Dias,
Domicílio anterior,
Do meu estimado Professor
- Dr. Walter, do saudoso São Bento,
Em espírito o grande mentor,
De uma Fefiara engatinhante,
Empreendimento iniciante,

Mas que pelo andar e pela forma,
Logo, logo se transforma,
Em grande e poderosa entidade,
Quiçá em novel universidade.
Rua Cinco de minhas alegrias,
De meus amores,
De minha morada.
Mil, setecentos e setenta e nove,
Entre Feijó e Espanha,
E que logo, logo ganha,
Edifício de renome,
Monte Carlo, no lançamento,
Do Oitis, ao lado, crescendo,
Para onde Deus querendo,
Ainda volto correndo.


HÁ ESPERANÇA NA RUA
*Denise Severgnini - Recanto das Letras
Novo Hamburgo/RS - Brasil, Escritora Amadora

Um verde esmeralda tinge a paisagem
Até onde minha visão tenta alcançar
São muitos metros, mensurável metragem
De total beleza e maravilhas a olhar

É uma rua tão linda
De felicidade mil
Ela existe ainda
É feita a quem não cometa ardil

Esta rua infinita e de lembrança
Viverá sempre na eternidade
Daqueles que buscam a felicidade
E nunca perdem a esperança.

*http://www.denisesevergnini.recantodasletras.com.br/visualizar.php?idt=550823
Homenagem à Rua Voluntários da Pátria, a Rua 5, como é conhecida e carinhosamente chamada em Araraquara.


A RUA 5 É DA CIDADE
Lina Meirelles - Recanto das Letras
Rio de Janeiro/RJ - Brasil, Escritora Amadora


A rua é do povo da cidade.
Os oitis são da rua e do povo.
O povo da cidade vive na rua dos oitis.
Os oitis vivem na rua da cidade do povo.
O povo da rua quer os oitis da cidade.
Os oitis querem a rua da cidade do povo.
Os governantes da cidade são eleitos pelo povo dos oitis, da rua.
O povo da cidade quer : os oitis ficam na rua!
O governo que mude ou que se mude o governo.


RUA CINCO
Saji Pokeo - Recanto das Letras
São Paulo/SP - Brasil, 55 anos, Escritor Amador


Oh! rua Cinco, tão querida,
Local tão amado desta gente,
Que essa modernidade atrevida,
Não estrague o nosso ambiente!

Vamos lutar, de forma veemente,
Contra essa idéia desvalida,
Oh! rua Cinco, tão querida,
Local tão amado desta gente!

Desta cidade, és preferida,
Faz parte da memória latente,
És patrimônio de nossas vidas,
Conosco estarás sempre presente,
Oh! rua Cinco, tão querida!

quarta-feira, 4 de julho de 2007

Em prosa e verso...

Ao longo destes 100 anos, a Rua 5 foi cantada em prosa e verso inúmeras vezes, tendo merecido a atenção de um imortal da Academia Brasileira de Letras e agora do imortal Ignácio de Loyola Brandão, da Academia Paulista de Letras, filho da terra e defensor da nossa história. Aguardem nas próximas postagens !

Solidariedade de além mar...

... de Portugal

From: "Alberto Bouças" aboucas@gmail.com
Date: Wed, 04 Jul 2007 07:18:39 -0300
To: ada@techs.com.br
Subject: Blog- A rua 5 é da cidade

Cá de longe, deste lado do Atlântico quero manifestar toda a m/solidariedadepara com os q. lutam pela preservação do património, seja monumento, rua oumemória, e ela terá de ficar para os vindouros como uma marca da cidade , doseu passado(orgulhoso) e uma referência para a sua modernização q. passaessencialmente pela manutenção/conservação de todos os marcos importantes dacidade. Esse é um marco importante, pois centenário!!! Não ao cimento, nãoá destruição, sim á manutenção e preservação de tudo aquilo q. faz an/história. De Braga/Portugal para todos os Araraquenses q. lutam pela suacidade um abraço solidário e de coragem para enfrentar aqueles q. destroiemo passado e só pensam em cimento!!!!! A moderenização passa evidentementepela manutenção de tudo q. faz parte da historia , essa a diferença daquelesq. tendo o poder (efemero...) a preservam e ficam na memória dosAraraquenses.Os outros ficam por certo no esquecimento ou serão recordadospela destruição!!! Coragem na luta e força na angariação de vontades paraessa luta colectiva, que por justa, vencerá!!! Um Abraço.

terça-feira, 3 de julho de 2007

Reflexão sobre a Rua Cinco

Foto : MCR


Reflexão sobre a Rua Cinco
Publicado na Tribuna Impressa em 15/06/2007
José Welington Pinto*

"No feriado de Corpus Christi após o bom café na padaria, fiz um passeio pela Rua 5, apreciando seu encanto, seu glamour, suas calçadas largas, o calçamento antigo de paralelepípedos e a magnitude dos oitis. Fiquei a imaginar quantas cidades gostariam de ter uma rua charmosa e encantadora como a Rua 5 e nós prestes a perdê-la.Partindo da Avenida José Bonifácio fui observando que hoje predominam estabelecimentos comerciais, consultórios médicos e dentários, escolas, e no trecho até a Avenida XV, poucas são as residências da Rua 5. Mas há vários prédios de apartamentos, com muitos moradores, cujo sossego e tranqüilidade estão ameaçados.No quarteirão entre as avenidas XV e D. Pedro, observei as obras do bulevar dos oitis e a concentração cívica e pacífica dos que ainda acreditam na preservação da Rua 5, como ela é e como sempre foi. Assim o fazem, no exercício pleno da cidadania.Confesso que fiquei decepcionado com o mau gosto do que ali se edifica, com o estreitamento do leito da rua e a construção de jardineiras ao redor. Mas o amigo e arquiteto Chico Santoro me disse que o foco do movimento não é achar o bulevar feio ou bonito, mas sim, a filosofia de manter a Rua 5 como ela é e sempre foi.O Estatuto da Cidade, Lei Federal promulgada em 2001 e que instituiu a obrigatoriedade do Plano Diretor para as cidades com mais de 20 mil habitantes, preceitua em seu art. 2o, incisos e parágrafos, sobre as diretrizes gerais a serem seguidas na política urbana, “que tem por objetivo o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e da propriedade” (art. 2º, caput).O inciso III dispõe quanto à “cooperação entre os governos, a iniciativa privada e os demais setores da sociedade no processo de urbanização em atendimento ao interesse social”.Assim, as entidades e moradores que se movimentam para evitar a descaracterização da Rua 5, não promovem um ato de embate político partidário e nem desejam afrontar os poderes públicos, no caso o executivo municipal. É o exercício pleno da cidadania e da democracia, que os gregos nos legaram desde séculos atrás e que precisa ser respeitado, sob pena da negação do estado democrático de direito que juntos construímos.O Estatuto da Cidade alinha como uma das diretrizes da política urbana, “proteção, preservação e recuperação do meio-ambiente natural e construído, do patrimônio cultural, histórico, artístico, paisagístico e arqueológico” (inciso XII do art. 2º).As leis não possuem palavras inúteis e são feitas para serem cumpridas.O prefeito Edinho precisa fazer séria reflexão sobre o grande erro que está cometendo, ao mutilar o patrimônio histórico, artístico e paisagístico, que é a charmosa Rua 5.A humildade é atributo que o ser humano deve aprender a cultivar, principalmente os homens públicos. Não há desdouro algum em se reconhecer um erro e voltar atrás.Não queira nosso alcaide passar para a história política de nossa cidade, como o prefeito que salvou nossa gloriosa Ferroviária, mas mutilou nossa charmosa Rua 5."
*O autor é advogado.
e-mail: jwpinto@pss.adv.br

Primeiras Repercussões

Menos de 24 horas após a entrada no ar deste Blog em defesa da preservação da Rua 5, começam a chegar as mensagens de apoio e solidariedade a nossa luta.OBRIGADO !!!

Foto MCR

Primeiras Repercussões

1)
From: cristina campos
To: ADA - Agência de Desenvolvimento de Araraquara
Sent: Tuesday, July 03, 2007 10:00 AM
Subject: Re: [ADA-SCVA] Nosso BLOG está no ar

Marcelo,
Parabens pelo Blog! Estou divulgando o mesmo para vários araraquarenses que estão fora da cidade e que nutrem o mesmo sentimento quanto ao projeto da PMA.
Em breve envio minha contribuição!
Novamente Parabens!
Abraço, Cristina.

2)
From: Péricles Faustino
To: ada@techs.com.br
Sent: Tuesday, July 03, 2007 10:20 AM
Subject: Vamos preservar a rua 5!

Estou enviando está mensagem pois como filho de Araraquara, me sinto revoltado com as mudanças autoritárias que nosso prefeito vem fazendo. Estou representando uma familia de 5 pessoas que querem preservar a rua 5 e colaborar para que a cidade progrida sem destruir nossos patrimonios históricos!

3)
From: Salum - Civildados
To: ADA - Agência de Desenvolvimento de Araraquara
Sent: Tuesday, July 03, 2007 11:05 AM
Subject: Re: Nosso BLOG está no ar

Marcelo,
em breve vou anunciar este blog em meu site.
São mais de 500 internautas por dia em todo o Brasil.
Mais ou menos 50 por dia são só de Araraquara.
Estou com vcs, pois passei minha infância na Avenida Feijó entre a Rua5 e a 6.Minha irmã ainda mora lá.
Salum
www.civildados.com
www.salum.blog.br

Prezado prefeito Edinho

Foto: Prof. Alcyr Azzoni

Prezado prefeito Edinho
Publicado em 09 de junho de 2007 - Tribuna Impressa
*Profa.Dra. Helena Carvalho de Lorenzo
Vice-coordenadora de Mestrado - UNIARA

"Sinto-me muito à vontade ao escrever-lhe esta carta pública para expressar minha opinião sobre o projeto que a prefeitura está implantando para “modernizar” a Rua 5. Sinto-me à vontade porque me considero sua amiga e porque, por vezes, tenho trabalhado em parceria com a prefeitura em projetos de desenvolvimento regional, nos quais temos tido bons resultados.

Fui sua eleitora, embora não seja petista, porque considerei que algumas de suas propostas de governo poderiam atender a novas e emergentes demandas urbanas, necessárias para ajustar nossa cidade às profundas transformações socioeconômicas pelas quais vem passando a região como um todo.
Refiro-me mais especificamente a grande expansão recente das principais atividades econômicas: as atividades agro-industriais e as demais indústrias regionais, principalmente, as mecânicas, as de base tecnológica e a aeronáutica, dentre outras, que passaram por processos de adaptação a novos padrões produtivos de competitividade e produtividade, com fortes impactos econômicos e sociais no mundo urbano, sobretudo na geração da renda e emprego. Por outro lado, também a intensificação mais recente dos setores de comércio e serviços aponta para novas vocações regionais, com efeitos positivos e negativos para a cidade e região.
Um desses efeitos que mais chama a atenção está no plano demográfico e da distribuição da renda. Informações estatísticas recentes sobre a renda das famílias mostram que desde o inicio do século XXI no Município de Araraquara, assim como em várias cidades da região, o número de famílias com 10 ou mais salários mínimos vem caindo, enquanto o número de famílias com 1 e 2 salários mínimos vem aumentando significativamente. É certo que existem várias interpretações para esses dados, porém, nesse caso, pretendo apenas ilustrar que a tendência a mudanças no perfil da renda indica possível empobrecimento da população, o que sempre resulta em fortes impactos no mundo urbano.
Araraquara vem se transformando aceleradamente e estas transformações vêm sendo razoavelmente acompanhadas por sua gestão. Há políticas voltadas para os dois extremos mencionados: o apoio aos grandes e novos empreendimentos econômicos e políticas públicas para atender a população mais carente em bairros de elevado risco social.

O que esta análise tem a ver com o episódio da Rua 5? Ressaltar que demandas emergentes não são as únicas que merecem atenção especial. Há uma faixa grande de demandas locais pouco atendidas e não contempladas com políticas específicas. É claro que não se pode atender todas as demandas municipais, mas como entender a falta total de sensibilidade do poder público no caso do projeto de “modernização” da Rua 5?
Será que atender demandas emergentes implica no descaso ao atendimento de solicitação de parcela significativa da população, que gostaria de ver preservada e cuidada uma parte da cidade estreitamente relacionada com o seu passado? É visível que a Rua 5 precisa de reformas, mas intervir para mudar a natureza deste passado é perder uma raiz importante para a compreensão de seu futuro. Isto é muito sério. As cidades têm caráter; “modernizar” não pode significar eliminar as raízes históricas. A responsabilidade do poder público frente às características históricas de uma cidade é muito grande.
Prezado prefeito, tenho certeza que não estou lhe contando algo que você não saiba. Então, por quê? Esta atitude autoritária me faz lembrar a demolição do nosso antigo teatro municipal em nome da “modernização”. Mas aquela foi uma atitude assumida por uma gestão bastante conservadora. E agora, o que devemos pensar? A preservação do patrimônio histórico e cultural de nossa cidade continua não sendo prioridade?
Espero que depois desta manifestação eu ainda possa continuar me considerando sua amiga e parceira em projetos de desenvolvimento regional, mas não posso me calar diante de uma concepção tão grosseira de cultura que, por não respeitar o patrimônio histórico da cidade, expressa valores que não deviam estar presentes em seu governo."


*Helena Carvalho De Lorenzo
Vice-coordenadora do Programa de Mestrado em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente - UNIARA
mestrado@uniara.com.br

Prof. Rodolpho Telarolli

Foto: Tribuna Impressa 06 de junho de 2001 arquivada no Arquivo Público Histórico Prof. Rodolpho Telarolli - Pesquisa e contribuição de Beatriz Helena Bastos Barreto.

Lições que o povo aprendeu.
A reformulação da Praça Pedro de Toledo em 1997, causou indignação ao Prof. Telarolli. A imagem da luta serena e determinada, quase solitária não pode deixar de nos provocar, hoje melhor compreendida, solidária emoção. Gravada indelevelmente na memória, nos dá hoje a certeza de que deveríamos estar ao seu lado naqueles momentos, mas éramos mais jovens, pouco conscientes ou organizados e ainda nos faltava muito a aprender.
Felizmente as lições, sedimentadas na alma do povo, não foram em vão.
As cenas comoventes ocorridas há alguns dias, com cidadãos pacificamente tentando recolocar os paralelepípedos na Rua 5, como forma de demonstrar sua profunda vontade em preservar um bem histórico, não nasceram por mero acaso em nossa cidade. Elas permanecerão na memória da cidade para sempre, como permanecem aquelas deixadas pelo nosso inspirador maior. Tivemos a felicidade de aqui ter nascido e se tornado professor de todos nós, um dos mais atuantes e ilustres historiadores locais que o Brasil já teve. Rodolpho Telarolli dedicou sua vida, com ternura e perseverança raramente encontradas, em preservar nossa história e nosso patrimônio, defendendo a cidade contra as transformações equivocadas e os danos causados pelo descaso.

segunda-feira, 2 de julho de 2007

Pedidos de todos os cantos

Gente de todo o mundo tem se mobilizado para preservar seus direitos.
A solidariedade entre os povos é primordial para construção de um mundo mais justo e melhor.















Democracia perturbada

Fotos: MCR
Democracia perturbada
Publicado em 21/01/2007 - TRIBUNA IMPRESSA
*Fernando Passos

"Assisto com um misto de alegria e preocupação o debate sobre o Bulevar da Rua Cinco. Araraquara impressiona: é passiva demais com seus governantes, cobra pouquíssimo, não participa de audiências públicas, não olha prestação de contas e até critica quem tem um senso um pouco mais crítico. Sempre confiamos muito em quem colocamos no poder.
A Rua Cinco, apesar de grandiosa, talvez o nosso patrimônio público coletivo mais democrático e bonito, protagonizou um debate que de aparente normalidade transformou-se em algo perturbador. Como devem estar tristes nossos oitis. Quando meu escritório estava instalado na Rua Cinco costumava eu dialogar com eles, cuidava da calçada, desobstruindo o cimento que circundava a árvore quase a sufocá-la. Quem já teve a oportunidade de subir em um dos edifícios da região pode observar que as árvores formam um corredor impressionante, um verde sublime de espetacular beleza e, na confluência com a Avenida Espanha, torna-se ainda mais belo.
Lembro-me bem das resistências ao projeto do prefeito De Santi em alargar a Rua Seis e as Avenidas Portugal, São Paulo e Duque de Caxias. O projeto original previa também o alargamento da Avenida Espanha. Após um longo movimento popular e de convencimento, o Prefeito desistiu da Avenida Espanha. Foi uma decisão acertada, tanto o que foi feito, como o que não foi realizado, como bem demonstrou o tempo.
Nas questões da Rua Cinco estamos assistindo a um debate que beira o maniqueísmo ridículo. Quem aprova o projeto é a favor do prefeito e popular, quem o rejeita é contra e elitista. As pessoas têm o direito de emitir opiniões e sua liberdade deve ser considerada. É certo que boa parte daqueles que se opõem ao prefeito se encontram ao lado dos que são contrários ao projeto. E daí? Assim é a vida democrática. O inverso, porém, não é absolutamente verdadeiro. Não concordo com os termos utilizados no debate nesta semana, quando aparentemente os entendimentos andavam muito bem. A Rua Cinco é de todos e assim permanecerá. Tem vocação para transformar-se em corredor utilitário de apreciação e recreação pública permanente? Não sei. Em Bordeaux funcionou, mas em New Orleans destruíram a Bourbon Street, por exemplo. Se não houver a tendência de exploração comercial adequada ao local a transformação será um desastre. Caso contrário será um dos ambientes mais lindos de utilização de todos nós, com restaurantes, cafés, sorveterias, etc. Honestamente, tenho enormes dúvidas de que a Rua Cinco tenha esta vocação. Ou mesmo, se temos estrutura econômica para fazê-la cumprir. E o pior: se errarmos, não haverá volta. Já temos o exemplo negativo do bar instalado na Praça Pedro de Toledo, hoje corretamente transformado em espaço cultural.
Conclamo os envolvidos a vivenciar e debater os bons propósitos dos prós e contras com a única paixão pela Rua Cinco, deixando as demais para o amanhã. Assim é a democracia: perturbadora, às vezes injusta, mas marcante para quem a pratica."

*Advogado e professor da Uniara.
fernandopassos@tribunaimpressa.com.br

As lágrimas dos Oitis

Um Oiti sangra
em solidariedade
à bela rua.
Olivia Hussey - escritora amadora - Recanto das Letras
Foto: MCR
As lágrimas dos Oitis
Darcy Dantas


"...Já enredada por esse cenário turvo, de repente ouve-se falar que a Rua Cinco vai se tornar um boulevard. Sabendo disso, resolvi, certo dia, tomar outro caminho para chegar até minha casa, obrigando-me a um desvio que me levasse à rua em questão. Deparei-me com um triste espetáculo: as lágrimas dos oitis, que se impõem por sua majestade naquele espaço (talvez meu inconsciente me levasse a essa sensação). Terminei por chorar com aqueles oitis.
A Rua Cinco é um legado histórico e tirar-lhe as características será uma heresia. Já possuímos nosso quartier latin conforme brinca a profa. Dulce Whitaker referindo-se a um espaço onde universidades, livrarias, cafés e casas de lanche se mesclam. Portanto, não necessitamos de um boulevard na Rua Cinco. Esqueçamos todos os desvarios cometidos em nome do progresso e poupemos a rua em questão. Não inventemos elementos de mau gosto para tirar as características de tal rua. Seria um pecado. Talvez seja até o início de seu fim.
Não deixem o Dr. Otávio de Arruda Campos se revolver no túmulo, até porque ele é uma referência de nossa cidade e declamava em verso e prosa toda a beleza da Rua Cinco..."

Sem ferir nossa história

Foto: Prof. Alcyr Azzoni
Sem ferir nossa história
Clara Pechmann Mendonça

"Conservar é possível, modernizar sim, embelezando-a, mas sem tirar ou ferir a nossa história, que foi e será nosso futuro, a vida daquilo que as pessoas prezam, mudando as suas características, isso não! Como não, para muitas outras coisas tristes que aconteceram, ferindo o nosso âmago, como o Teatro Municipal, o Hotel Municipal, o Campo de Esporte Municipal, etc, etc, etc."

domingo, 1 de julho de 2007

Bulevar, boulevard, avenue ou damm?

Bulevar, boulevard, avenue ou damm?
Publicado em 24/12/2006 - Tribuna Impressa
Ignácio de Loyola Brandão

"De tempos em tempos surgem projetos para a Rua Cinco. O mais recente é o Bulevar dos Oitis. Na minha opinião, a Rua Cinco devia ficar como está, porque cada vez que se mexe em uma coisa na cidade é para estragar. Perceberam que escrevo Rua Cinco em maiúsculas? Porque é assim que a conhecemos há cem anos. Nunca ouvi alguém dizer Rua Voluntários da Pátria. A Rua Cinco é um ícone, referencial. O professor Berthold Zilly, do Instituto Ibero Americano de Berlim, tradutor de Os Sertões para o alemão, ficou encantado com a rua (e lembrem-se que Berlim é das cidades mais arborizadas da Europa) e apanhando um sorvete na esquina da XV de Novembro subiu e desceu, em um dia de verão, sem sentir um pingo de calor. Porque a rua é um oásis, pequeno paraíso dentro da cidade.
Por que repito tanto Rua Cinco, Rua Cinco, Rua Cinco? Porque esta é a maneira como a conhecemos, todos a conhecem. Implico com essa nova denominação Bulevar dos Oitis. Por que Bulevar? Por que uma palavra francesa numa cidade de nome indígena. Intolerância minha? Ortodoxismo? Bulevar é chique, sofisticado, refinado? Não, bulevar é caipirismo, provincianismo. Boulevard é para Paris. Lá se pode ter os “Grands boulevards” (está certo dona Fanny?). O máximo da sofisticação, no caso, é chamar a rua de Cinco, como é o hábito na cidade. Como serão as placas: Bulevar ou boulevard? E se a chamássemos de Avenue, como Nova York. Ou damm como na Alemanha?"
"O bulevar vai favorecer o povo? Em quê? Vão colocar bancos para sentar? Quem vai sentar na Rua Cinco e olhar para os carros passando? As pessoas nem freqüentam os jardins públicos onde há tantos bancos. Vai favorecer o comércio? Que comércio? O de restaurantes? Mas aquela pizzaria que ficava quase na esquina da Avenida São Paulo não fechou ou está ameaçada? Aquele restaurante árabe que funcionou na antiga casa do Di Nucci não fechou? Acaso araraquarense sai tanto de casa para ir a restaurantes?
Que lojas existem na Rua Cinco que precisam que a rua seja modificada? Quantas lojas são? Quatro, cinco? Por que sempre se pensa no comércio nesta cidade? Por que não deixam em paz coisas estabelecidas e que funcionam como são? Para estragar, arruinar como tem acontecido ao longo da história? Vão abrir bares e cafés para o povo ficar no final da tarde? Bares ou botecos? Em lugar de investir mais dinheiro para desarrumar o arrumado, por que não restaurar a praça da Matriz, cujo chafariz está desativado e cujo piso está perdendo as pedrinhas portuguesas? Por que não varrer e limpar a cidade que está cheia de mato em bairros pobres ou nobres? Por quê? Ah! Consultaram os urbanistas, os paisagistas, os arquitetos, a população?"

terça-feira, 19 de junho de 2007

A Rua 5 é da Cidade

Foto : MCR
A Rua 5 é da Cidade
No ano de 2007, um projeto da Prefeitura Municipal de Araraquara foi iniciado contra a vontade do povo. Munícipes e Entidades Representativas, após verem malograr seus apelos ao prefeito da cidade, foram às ruas, aos jornais, a televisão, a justiça, para preservar as características originais do mais importante logradouro histórico da cidade, a Rua 5 - Voluntários da Pátria. O poder público local, usando dinheiro do povo e sob a proteção de sua Guarda Municipal, ignorou o sentimento popular, que pretendia preservar e restaurar a rua em seus aspectos históricos e originais, ignorou os reiterados pedidos do povo, as decisões da sociedade e do conselho municipal para preservação patrimônio histórico da cidade, promovendo cenas que marcarão nossa cidade para sempre, e que ficarão registradas na história da cidade, como A Batalha dos Oitis.
Após alguns meses finalmente... ...bem isto só a história dirá.

Este espaço foi criado para permitir nossa livre expressão.

Para registrar sua manifestação em defesa da preservação e restauração da Rua 5, sem descaracterizá-la, envie sua foto, desenho, texto, ou link de vídeo, tendo como tema principal a Rua 5 - Voluntários da Pátria, para ada@techs.com.br, com a indicação :

Blog - A rua 5 é da cidade

quinta-feira, 11 de janeiro de 2007

Editorial sempre atual.

Um pouco de luz sobre a obra da Rua Cinco
Editorial da Tribuna Impressa em 11 de janeiro de 2007

"Os desdobramentos do projeto de remodelação da Rua 5, pomposamente denominada de uns meses para cá de Bulevar dos Oitis, reforçam posição levantada por editorial da Tribuna, publicado em 26 de novembro do ano passado. Na ocasião, lembrávamos da importância de definir prioridades da administração na alocação dos recursos municipais, antes que fosse modificada uma charmosa paisagem que funciona como cartão postal da cidade – o trecho central da Rua Voluntários da Pátria. A forte reação da opinião pública, de moradores do local e das entidades afetadas direta ou indiretamente pelo projeto levaram a Prefeitura a suspender o início das obras, reconhecendo a necessidade de uma discussão mais apurada.Novamente, o método de discussão do tema efetivamente não foi democrático. Convocar entidades e população para debater uma obra de interesse público depois de encerrada a licitação e contratada a empresa responsável é uma forma de ação autoritária, para dizer o mínimo, por demonstrar desprezo às posições e desejos do maior interessado – o cidadão araraquarense. Pior ainda, nem mesmo o CONDEPHAT sequer havia sido ouvido. Ainda assim, o fato de a obra ter sido ao menos temporariamente suspensa, depois da audiência pública de segunda-feira, mostra que os protestos tiveram alguma ressonância junto à Administração. Há, na verdade, duas discussões em jogo. A primeira está ligada à magnitude do projeto e sua efetiva utilidade. Mesmo quem não é favorável considera que há a necessidade de uma revitalização no local, como reformar o piso de paralelepípedos da rua e o arenito das calçadas, além de problemas crônicos de fiação que poderiam ser embutidos. Em sã consciência, nem o mais intransigente morador da Rua 5 seria contra o embelezamento ainda maior do local.A questão mais polêmica está ligada aos excessos do projeto, às transformações radicais nas calçadas e nos seus usos, na estrutura viária e no leito carroçável. É sobre essas questões que a resistência se baseia, seja por manifestações individuais dos moradores, seja por apelos de entidades organizadas ou canais políticos. Em um de seus artigos publicados quinzenalmente, aos domingos, na Tribuna, Ignácio de Loyola Brandão tentou refletir o sentimento popular, que reproduzimos aqui: “Por que não deixam em paz coisas estabelecidas e que funcionam como são? Para estragar, arruinar como tem acontecido ao longo da história? Vão abrir bares e cafés para o povo ficar no final da tarde? Bares ou botecos? Em lugar de investir mais dinheiro para desarrumar o arrumado, por que não restaurar a praça da Matriz, cujo chafariz está desativado e cujo piso está perdendo as pedrinhas portuguesas? Por que não varrer e limpar a cidade que está cheia de mato em bairros pobres ou nobres?” Na manifestação de Loyola está justamente a segunda discussão em torno do tema: o encaminhamento de verbas para o que realmente a cidade precisa. É aí que o projeto peca. E o fato de haver uma verba aprovada pelo Ministério das Cidades não o justifica, se de fato a população julgar que não quer este projeto do Bulevar dos Oitis. Ainda mais porque existe uma contrapartida local de cerca de R$ 181 mil que certamente fará falta no combalido orçamento municipal. O que toda população espera é que a sensibilidade demonstrada nas reações à reunião de segunda-feira paute a administração pública nos próximos passos do episódio."